Boulos reduz ironia com pecha de invasor e radical para disputa eleitoral em SP

“Eu odeio usar camisa”, diz Guilherme Boulos (PSOL) ao se preparar para um programa de TV, em uma cena do documentário “Radical”, que mostra bastidores de sua campanha à Prefeitura de São Paulo, há quatro anos.

Em outro momento, ele brinca ao falar de seu carro “raiz”. “Radical é chegar de Celtinha no debate.”

Nas duas eleições majoritárias que disputou, em 2018 para presidente e 2020 para prefeito, o líder sem-teto fazia o marketing reverso de pechas usadas contra ele por adversários: radical, extremista, invasor.

Como o próprio título do filme, produzido por sua campanha, mostra, a ideia era simples: assumir os rótulos de forma bem-humorada e até com certo deboche, buscando virar a mesa sobre o interlocutor.

Na atual campanha, em que o psolista surge em pesquisa na liderança empatado com Ricardo Nunes (MDB), a estratégia não será abandonada por completo, mas deve sofrer ajustes.

Boulos, agora um deputado federal que, além de camisa, usa terno e gravata, dará novo tratamento à forma como rebate os rótulos lançados contra ele.

“As campanhas de 2020 e 2024 são diferentes. A primeira eleição foi de construção da candidatura. Na de agora, o Guilherme já desponta como um dos favoritos, então será uma campanha mais ampla e com maior diversidade de conteúdos”, diz Josué Rocha, coordenador da campanha do parlamentar.

Segundo ele, as mensagens serão mais direcionadas para segmentos específicos. “Isso pode incluir a linguagem com humor em alguns casos, especialmente para o público mais jovem. O que é certo é que teremos uma linha forte de combate às fake news, à caricatura do candidato como alguém que vai invadir a casa das pessoas”, afirma.

Em 2018, ao ser questionado pela BBC se era um radical, Boulos não fugiu do termo. “Se defender a igualdade social é ser radical, eu sou. Se defender a democratização do Estado é ser radical, eu sou. Se defender liberdades individuais sem concessões, direitos civis e democráticos é ser radical, eu sou”, respondeu.

Dois anos depois, numa campanha em que chegou ao segundo turno pela Prefeitura de São Paulo, voltou a usar o estratagema. “Sou radical na priorização do transporte público, coletivo e ativo (a pé, de bicicleta ou patins)”, escreveu no antigo Twitter.

Pecha mais usada por adversários, a de invasor, recebeu tratamento semelhante até recentemente.

No ano passado, suas redes sociais exibiram uma espécie de esquete com o mote “Boulos invadiu a minha casa”. O ex-coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) chegava com um bolo em mãos numa casa de periferia, para discutir os problemas da cidade.

No Carnaval deste ano, em outro exemplo, fez uma postagem recomendando aos foliões de blocos de rua “ocupar” banheiros químicos.

Em entrevista a um podcast em setembro de 2023, Boulos disse que a ideia de usar os memes para rebater acusações surgiu de forma gradual.

“Em 2018, eu tive mais dificuldade de lidar com isso, porque eu levei a sério. Eu puxei para mim, eu fiquei com raiva. Eu percebi que não adiantava você ficar na chave racional para lidar com meme. É aquela coisa do apelido de escola, se você reagir, já era. Então você tem que saber também fazer ironia de si próprio”, afirmou.

Nos primeiros meses deste ano eleitoral, o autodeboche e as referências aos termos pejorativos já escassearam.

De azarão e outsider em eleições passadas, quando se permitia mais ousadias para chamar a atenção, o psolista passou a disputar a liderança agora.

Uma diferença da atual campanha é contar com um marqueteiro profissional e com trajetória em outras eleições. Lula Guimarães, que já trabalhou para Eduardo Campos, Marina Silva, João Doria e Geraldo Alckmin, entre outros candidatos, foi contratado por Boulos, não sem gerar resistências em alas do PSOL.

Em campanhas anteriores, a comunicação tinha um aspecto mais espontâneo e militante, tocada por uma equipe mais identificada com a causa representada pelo político.

Desta vez, uma linha de atuação central de Guimarães será buscar responder à “caricatura” que se faz de Boulos, mostrando que ele, longe de ser um invasor, é também um parlamentar atuante e alguém que tem se preparado para gerir a maior cidade do país, inclusive conhecendo experiências internacionais.

Uma das primeiras ações do marqueteiro foi criar uma ação batizada de “Salve São Paulo”, que inclui um site para recolher sugestões de moradores para a cidade e ouvir suas queixas.

“É evidente que o bom humor sempre ajuda, mas mostrar uma pessoa amadurecida e pronta para governar, neste momento, é melhor. Na eleição passada, Boulos não era alvo preferencial dos adversários. Agora tem uma artilharia mais pesada contra ele”, diz o deputado estadual Antonio Donato (PT-SP), também membro da coordenação de campanha do pré-candidato.

Temas mais sérios deverão ganhar espaço na campanha, segundo Donato, como as acusações de corrupção em obras feitas pela gestão Nunes em caráter emergencial, sem licitação.

“É importante mostrar um Boulos que dialoga com setores que nós da esquerda já impactamos em campanhas passadas e que queremos impactar novamente”, diz Donato.

Filho de Gal Costa diz querer ‘ter certeza’ de que mãe morreu de parada cardíaca

O filho de Gal Costa, Gabriel, diz que pediu a exumação do corpo da mãe, morta em novembro de 2022, para “ter certeza” de que ela morreu de parada cardíaca, como atestou sua certidão de óbito.

A declaração foi dada durante entrevista ao Fantástico, exibida na noite deste domingo (31).

À Folha, o jovem de 18 anos já tinha dito que foi “o último a saber” que sua mãe estava se tratando de um câncer quando morreu. “Eu não sabia que ela estava doente, com câncer e com complicações no pulmão. Só fui saber quando saiu a notícia”, afirmou.

Ao mesmo programa da TV Globo, a empresária Wilma Petrillo respondeu com ironia, dizendo não saber o que motiva Gabriel. “Ele acha que matei Gal?”.

É a primeira vez que Petrillo, tida como viúva da cantora, fala longamente sobre o caso.

O único filho de Gal questiona na Justiça as declarações de Petrillo de que era mulher da cantora e a fração do patrimônio de Gal reivindicada poela empresária.

Ele afirmou ao Fantástico que as duas não tinham um relacionamento amoroso, mas de amizade e trabalho.

À época da morte da cantora, o estudante chegou a ficar sob a guarda de Petrillo, também nomeada a inventariante do espólio. De acordo com a defesa de Burgos, Petrillo tentava, na Justiça, a união estável, fruto do relacionamento que manteve com Gal Costa por quase três décadas.

Segundo a advogada de Petrillo, a união já havia sido reconhecida anteriormente, de modo que ela não entrou com novo pedido. Em meio à disputa, a Defensoria Pública entrou no imbróglio e se manifestou contrária ao reconhecimento de união estável entre Petrillo e Gal.

Neste domingo, também veio à tona a ação de duas primas de Gal Costa contra a empresária, afirmando que a cantora foi coagida a mudar seu testamento, o que Petrillo nega.

Novos ditadores evitam violência para fingir que são democráticos, aponta livro

[RESUMO] Livro “Democracia Fake”, publicado recentemente no Brasil, alerta para nova estratégia de ditadores contemporâneos. Buscando forjar um verniz democrático que possibilite o estabelecimento de relações com países liberais, esses líderes abandonam a repressão violenta e se voltam para táticas de manipulação menos escancaradas.

Uma multidão se aglomerava na praça principal da capital do Congo. Era 2 de junho de 1966 e o ditador Mobutu havia declarado feriado naquele dia. Ele queria que todos acompanhassem o que aconteceria ali.

Sob um sol escaldante, desceram de um jipe militar quatro homens que usavam capuzes pretos, como descreve reportagem publicada no dia seguinte pelo jornal americano The New York Times. Eles caminharam até o centro da praça e, um a um, subiram os degraus de um andaime improvisado, onde havia uma grossa corda pendurada. Na frente de todos, foram enforcados.

Os quatro eram inimigos políticos de Mobutu, que ordenou a execução sob o argumento de que o grupo tentaria matá-lo para dar um golpe.

Sessenta anos depois, demonstrações ostensivas de violência como essa são mais raras, mesmo entre ditadores —no século 21, eles perceberam os benefícios de posar como democratas. É essa a tese proposta no livro “Democracia Fake” (Vestígio), de Sergei Guriev e Daniel Treisman.

A obra opõe dois tipos de ditadores. O primeiro, mais comum no século 20, governa pelo medo. Tem como marcas a repressão violenta (como torturas, prisões e assassinatos), a censura generalizada e escancarada, a imposição da ideologia oficial do regime e o culto à personalidade.

O outro tipo, mais contemporâneo, é chamado pelos autores de “ditadores do spin” —não existe uma tradução literal para o termo, mas o sentido é semelhante a ditadores da manipulação. Esses governantes escondem a violência estatal, disfarçam a censura, cooptam empresas de mídia privada e mantêm uma fachada democrática.

Os dois representam um tipo distinto de perigo, diz Guriev em entrevista por videochamada à Folha. “Os ditadores do spin são menos perigosos por serem menos violentos. Há menos pessoas morrendo e sendo torturadas nas prisões”, afirma. “Por outro lado, são mais perigosos porque fingem ser democratas e às vezes são bem-sucedidos em enganar o Ocidente. Esse é o propósito do livro: alertar o mundo democrático que eles, ainda assim, são ditadores.”

O modus operandi de líderes como Lee Kuan Yew, ex-primeiro-ministro de Singapura apontado no livro como precursor do modelo, envolve manipular a opinião pública para ganhar popularidade. “Os ditadores do spin sobrevivem não por destruir a rebelião, mas por remover o próprio desejo de rebelião”, escrevem os autores.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán é citado por Guriev e Treisman como um exemplo desse tipo de ditador. Ele não adotou a censura declarada, mas, segundo organizações que defendem a liberdade de imprensa, tomou controle do mercado da mídia por meio de oligarcas aliados, que teriam comprado empresas do setor. A ONG Repórteres sem Fronteiras afirma que 80% dos veículos de comunicação húngaros estão, na prática, nas mãos do partido de Orbán.

O primeiro-ministro também disfarçou o autoritarismo no método que utilizou para expulsar do país a Universidade Centro-Europeia, fundada pelo magnata George Soros, alvo frequente de sua retórica populista. Para viabilizar a expulsão, o Parlamento governista aprovou uma lei que criava um motivo burocrático que impossibilitaria a continuidade do funcionamento da universidade na Hungria.

Orbán minou o sistema de freios e contrapesos, mas não derramou sangue para isso —em primeiro lugar, porque não precisou. Para líderes como ele, a violência é o último recurso. Não necessariamente por uma questão moral, mas estratégica.

“A globalização hoje oferece muitos incentivos para um país abrir as fronteiras e atrair investimentos estrangeiros, porque isso cria empregos e crescimento econômico. Para conseguir isso, eles têm que fingir ser democratas”, diz Guriev. “Para viajar para Davos [onde acontece o Fórum Econômico Mundial], eles precisam usar um terno, não um uniforme militar. As pessoas não vão apertar a mão deles se eles tiverem torturado milhares.”

A globalização é um dos componentes do que os autores chamam de “coquetel da modernização”, uma junção de forças que empurraria algumas ditaduras rumo à democracia. A ditadura do spin seria uma forma de adaptação e sobrevivência em meio a esse novo cenário.

“Se você quer transformar uma economia de renda média em um lugar próspero, você vai precisar de crescimento econômico baseado em inovação e conhecimento. Para isso, você precisa de pessoas com ensino superior”, afirma Guriev. “Essas pessoas não querem trabalhar em uma ditadura do medo. Então, você precisa ser mais aberto, fingir que é um democrata.”

Guriev e Treisman criaram uma base de dados utilizando uma série de critérios para distinguir os ditadores do medo e os do spin. Os números corroboraram a tese deles: o segundo tipo é o mais frequente entre as novas ditaduras. Nos anos 1970, 60% dos ditadores que assumiram um governo se utilizaram do medo. Nos anos 2000, essa porcentagem caiu para menos de 10%. No mesmo período, o percentual que governa pelo spin subiu de 13% para 53%. Os demais são de um tipo híbrido.

Guriev fala em duas maneiras comuns para a ascensão de um ditador do spin. A primeira acontece após o declínio de uma ditadura do medo. Por exemplo, um líder dessa linha morre e o seu sucessor conclui que, no mundo contemporâneo, é mais estratégico ser um ditador do novo tipo.

A outra, explica ele, ocorre quando um governante, frequentemente populista, chega ao poder por eleições regulares e então subverte as instituições democráticas. Os autores afirmam que o ex-presidente Donald Trump tentou fazer isso nos Estados Unidos.

Treisman diz que, se Trump for eleito novamente neste ano, o cenário se repetirá. “Ele vai tentar minar o sistema de freios e contrapesos, vai tentar colocar ainda mais comparsas leais nas cortes, vai tentar reduzir o acesso à mídia. Ele vai politizar o serviço civil, a burocracia [do Estado]”, afirma. “A equipe dele já anunciou que tem planos de, no primeiro dia, demitir um grande número de funcionários federais e introduzir novas pessoas leais a ele.”

Isso não significa que, caso eleito, Trump será bem-sucedido em sua tentativa. Os autores escrevem que a maior resistência contra líderes como ele está no grupo que chamam de “bem-informados”, subconjunto da população com “educação superior, habilidades de comunicação e conexões internacionais”, que documentam e denunciam os abusos do governante.

“Não apostaria contra a sociedade americana, que é muito resiliente e está mobilizada. Existem advogados, jornalistas, juízes, funcionários do governo e ONGs que estão determinados a impedir a erosão da democracia”, diz Treisman. “Mas vai ser perigoso e destrutivo se ele tentar. Uma vitória de Trump seria ruim para o mundo todo. Encorajaria os ditadores de todos os tipos a aumentar a pressão. A gente viu evidências de que o envolvimento americano ajudou a impedir a tentativa de golpe de Bolsonaro.”

Em alguns casos, um ditador do spin pode recorrer ao medo —um caminho sem volta. Os autores afirmam que isso aconteceu na Venezuela. Hugo Chávez, um ditador do spin, foi substituído por Nicolás Maduro, que, pressionado por uma grave crise econômica, aumentou a repressão. O russo Vladimir Putin seguiu o mesmo caminho após iniciar a Guerra da Ucrânia, diz Guriev.

Putin teve grandes ganhos de popularidade com a anexação da Crimeia em 2014. Em um cenário de estagnação econômica, o russo pode ter calculado que uma nova guerra voltaria a unir a população em torno de uma causa em comum, fortalecendo seu governo.

“Ele viu que não estava funcionando, que as pessoas estavam protestando e que a mídia independente estava ganhando influência”, afirma Guriev. “Na primeira semana, ele fechou a mídia e bloqueou o Facebook e o Instagram, e o Parlamento aprovou uma lei que determina que, quando alguém critica a guerra ou usa essa palavra, pode ir para a cadeia por até oito anos. Isso é censura declarada, algo que nunca tinha sido usado.”

Putin foi, inclusive, o motivo pelo qual os autores começaram a escrever o livro. Guriev é um economista russo, hoje diretor de estudos de pós-graduação em economia na Sciences Po, em Paris. Crítico do governo, ele foi aconselhado a sair da Rússia em 2013. À época, um amigo afirmou ao New York Times que o economista tinha motivos para acreditar que seria preso. Já Treisman é professor de ciência política na Universidade da Califórnia e especialista em Rússia.

Os dois começaram a observar que as táticas de manipulação de Putin —antes da guerra, considerado por eles um ditador do spin, não do medo— eram semelhantes àquelas usadas por outros líderes, como Orbán e Chávez. Então decidiram juntar forças para montar um modelo que explicasse esse processo e testasse as comparações entre os governos.

Depois de publicar uma série de trabalhos acadêmicos, Guriev e Treisman decidiram que o livro seria uma forma de chegar a um público mais amplo.

Expor as táticas dos ditadores recentes é justamente uma das soluções para lidar com eles. Outra, segundo os autores, é limitar as sanções econômicas apenas contra indivíduos e empresas. Os autores lembram que o crescimento econômico é a melhor esperança para transformar as autocracias em regimes menos violentos e, finalmente, em democracias.

Os dois também advogam pela reparação das instituições nos países democráticos, restaurando a confiança da população nelas; que advogados, banqueiros, lobistas e outros integrantes da elite ocidental parem de capacitar ditadores; e que empresas ocidentais deixem de vender a eles tecnologias utilizadas para espionagem doméstica.

Apesar dos alertas, o livro tem uma nota otimista: a ditadura do spin é tratada quase como um modelo de passagem em direção à democracia. “A gente especula que [esse tipo de ditadura] não é sustentável, mas não temos dados, uma prova empírica”, diz Guriev.

Os autores afirmam que não existe nenhum antídoto conhecido para o “coquetel de modernização” que empurra as nações em direção à democracia.

Isso porque, ao mesmo tempo que o desenvolvimento econômico ameaça os ditadores, já que os cidadãos têm mais acesso à educação e à informação, ele também é necessário para que esses líderes se mantenham no poder, já que crises econômicas ameaçam a popularidade do governo.

Ou seja, ditadores até poderiam atravancar o crescimento para frear a democratização do país, mas isso também os prejudicaria.

Em um momento de descontentamento, os ditadores precisam de mais repressão para se manter no cargo —só que foi justamente a inadequação da violência na sociedade globalizada o que os levou a abandonar o medo e a escolher a manipulação.

Resta saber se esse dilema não resolvido de fato levará o mundo a um cenário mais democrático.

Democracia Fake

Preço R$ 84,90 (416 págs.); R$ 59,90 (ebook)

Autoria Sergei Guriev e Daniel Treisman

Editora Vestígio

Link: https://grupoautentica.com.br/vestigio/livros/democracia-fake-apresentacao-joao-cezar-de-castro-rocha/2299

Tradução Rodrigo Seabra

Godzilla e Kong: O Novo Império | Revelada a origem de Shimo

O diretor do filme “Godzilla e Kong: O Novo Império” revelou detalhes emocionantes sobre a origem do personagem Shimo. Em uma entrevista exclusiva, ele compartilhou insights sobre a criação e desenvolvimento desse icônico personagem que promete surpreender os fãs. Além disso, o diretor destacou a importância de Shimo para a trama e como sua história se conecta com o universo de Godzilla e Kong. Prepare-se para mergulhar em um mundo de aventura e mistério com essa revelação incrível!

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Médico do Flamengo analisa situação de Gabigol e comenta volta de Gerson

Gerente de saúde e alto rendimento do Flamengo, Marcio Tannure falou sobre a situação de Gabigol. O atacante foi suspenso por tentar fraudar exame antidoping e vai ficar afastado dos gramados, a princípio, até abril de 2025. Em entrevista no evento Super Fut Summit, o médico rubro-negro não deu muitos detalhes e explicou o motivo.

“A informação que eu tenho é a mesma de vocês. Não tenho autorização para falar desse assunto sem assessoria do clube. Mas nós temos hierarquia e um organograma. Para eu falar desse assunto, só através da assessoria de imprensa oficial do clube. Espero que entendam e me respeitem”, disse o médico, antes de completar:

“Aqui no Brasil, nós temos que elogiar, porque o futebol é o esporte mais testado. Óbvio que nenhum jogador gosta de ser testado, tem uns com medo de agulha para fazer o exame de sangue. Temos que entender a peculiaridade de cada um. Mas é óbvio que somos a favor do antidoping. É uma política de proteção ao atleta e de isonomia esportiva. É importante. O Flamengo vem disputando todas as competições, então é o time que mais fez antidoping. As palavras se perdem, os atos ficam. A gente tem experiência há muito tempo e nunca teve intercorrência. Eu não posso falar que é confortável, nem tudo no teu emprego é confortável, claro”, concluiu.

Além de comentar sobre Gabigol, Marcio Tannure falou também sobre a recuperação de Gerson. O volante passou por cirurgia renal, mas já está treinando em campo novamente. Ainda em atividades reduzidas, o camisa 8 deverá voltar aos gramados em um mês.

“É uma volta gradual. Eu só posso ter a tranquilidade quando ele estiver jogando, afinal intercorrências podem acontecer. Futebol é dia a dia. Dentro do esperado, ele está indo bem. Mas ainda tem um caminho a ser percorrido. Vamos ver dia a dia. O que eu posso dizer é que a gente está satisfeito com a evolução dele. Daqui a uma semana, dez dias, a gente consegue dizer melhor como ele está”, disse.

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Como a estrutura para crimes do jogo do bicho foi também usada para matar Marielle

“Não que a contravenção tenha mandado matar a Marielle, mas a contravenção criou um sistema que facilitou a morte da Marielle.” A afirmação partiu do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, em depoimento à Polícia Federal (PF) em 2019, corroborada pelo relatório final da PF sobre o caso, que elenca ligações com crimes vinculados ao jogo do bicho, que esbarram de alguma forma à execução da parlamentar em 2018. Em comum, a estrutura com matadores de aluguel, assim como a garantia de impunidade, com inefetivas investigações, justificadas por acertos de dinheiro para que não fossem para a frente.

No depoimento de Curicica, ele mencionou ainda a investigação das mortes do PM Geraldo Antonio Pereira, o Pereira — apontado como sócio do bicheiro Rogério de Andrade, sobrinho de Castor de Andrade — em 2016 e de Haylton Escafura, filho de bicheiro José Escafura, o Piruinha, que foi morto em 2017 ao lado da companheira, uma policial militar.

“Não havia como investigar porque, se não, ia chegar na contravenção… porque se chegar no escritório do crime, vai chegar no Rogério de Andrade, vai chegar no Anísio (Abrahão David)”, observou Curicica na ocasião.

À frente dos casos, o delegado Brenno Carnevale, responsável por investigar o assassinato de agentes conta ter sofrido “tentativa de embaraços” dentro da Delegacia de Homicídios (DH). Atualmente secretário municipal de Ordem Pública, ele relata que, à época, foi retirado da investigação do assassinato de Escafura, e que, no caso de Pereira, “o inquérito simplesmente sumiu e desapareceu” da DH. Em entrevista à Globonews na última segunda-feira, Brenno disse ter enfrentado problemas também na investigação da morte em 2016 de Marcos Vieira de Souza, o Falcon, então presidente da Portela:

— O objeto da minha denúncia em 2019 (ao MPRJ) foi justamente esse modus operandi de tentar controlar determinadas investigações, cujos panos de fundo eram o jogo do bicho, grupos de extermínio relacionados ao Escritório do Crime e atividades milicianas.

Rivaldo Barbosa, então chefe de Polícia Civil, é apontado pela PF como alguém que dava “permissividade” às ações de paramilitares. Sua gestão, destaca o relatório, foi marcada pela “subserviência da Divisão (de Homicídios) às atrocidades decorrentes das disputas territoriais do jogo do bicho e máquinas caça-níquel”.

No último domingo, o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), foram presos preventivamente, assim como Rivaldo. A determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, se baseou no documento da PF, que afirma que os Brazão teriam contratado não só a execução de Marielle, serviço para o qual foram elencados o ex-PM Ronnie Lessa e seu comparsa Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021, mas ainda a “garantia prévia da impunidade” por parte de quem deveria investigá-los.

Lessa revelou ter realizado “diligências” um mês antes da morte da vereadora, que tinham, na verdade, dois alvos: além de Marielle, quem também estava na mira era Regina Celi, então presidente do Salgueiro. Uma dessas ações teria ocorrido na Quarta-feira de Cinzas daquele ano, data da apuração das escolas de samba, em que Lessa contou estar acompanhado de Maxwell Simões Correa, o Suel — que viria a ser preso em julho de 2023 — e que “permaneceu aguardando tal evento, mas perdeu o alvo (Regina) após o seu encerramento”.

Além da campana ser a mesma, até o carro usado na emboscada, um Cobalt prata, seria o mesmo. A morte de Regina, que não foi concretizada, estaria ligada a uma disputa pela sucessão na escola e teria sido encomendada pelo contraventor Bernardo Bello, ex-marido de Tamara Garcia, herdeira de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, patrono do Salgueiro assassinado em 2004. Ronnie Lessa contou ter sido acionado para o serviço através de Macalé, que recebia de Bello R$ 50 mil mensais e que “não tinha como negar um pedido seu”.

Ronnie Lessa ainda ponderou, de acordo com a PF, que o crime contra Marielle “era mais rentável”, mas que teria sido convencido por Macalé a vitimar Regina: o valor passaria a ser dividido com Lessa e Suel.

No cargo desde 2008, em 2018 Regina Celi tentava a reeleição. Seu então concorrente na disputa, André Vaz “protestou veementemente”, sob a alegação de que ela estaria concorrendo pelo terceiro pleito, o que seria vedado pelo estatuto da escola. Regina, que saiu vencedora da eleição — apuração em que teve o contraventor Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, representante da cúpula, ao seu lado — foi alvo de uma ação da Justiça em seguida: ela foi afastada e, na nova eleição, Vaz, o atual presidente, venceu. Regina representaria os interesses de Shanna Garcia, irmã gêmea de Tamara, de quem é rival. Já Vaz, os de Bello.

O clã Garcia sofreu assassinatos nos últimos anos, como os de Waldomiro Paes Garcia Junior, o Mirinho, irmão de Shanna e Tamara, morto em 2017; o de Alcebiades Paes Garcia, o Bid, irmão de Maninho (2020); ou o de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, marido de Shanna, morto em um centro espírita em 2011.

Segundo sentença de 2023 do juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Comarca da Capital, em face dos membros do Escritório do Crime, a morte de Zé Personal teria ocorrido depois de ele “ter demitido o ex-capitão Adriano da Nóbrega e este ter se aproximado de Bernardo Bello”.

A PF conclui que Lessa, ao aceitar matar Marielle, estaria focado numa recompensa: ele receberia dos irmãos Brazão uma grande extensão de terras. O maior atrativo, na opinião do ex-PM, seria a de explorar serviços de gatonet, gás e transporte alternativo nesse lugar.

O preâmbulo desse negócio é que, anteriormente, Lessa teria deixado um “próspero negócio” na comunidade de Rio das Pedras, por determinação do capitão Adriano da Nóbrega, matador de aluguel do Escritório do Crime, morto em 2020, durante ação da polícia na Bahia. Portanto, as terras que receberia dos Brazão seriam “a oportunidade” de ter um lugar em que pudesse “dar as cartas”.

No que chamou de “sanha” para alcançar o patamar do capitão Adriano, a PF conclui que Lessa ainda teria se aproximado de Rogério Andrade na “tentativa de se consolidar no cenário da contravenção carioca”. Lessa, portanto, “não se reportava a somente um senhorio”, o que também se aplicava a Macalé.

Lessa se tornou sócio do patrono da Mocidade e de Gustavo de Andrade, filho de Rogério preso em 2022, em um bingo na Barra da Tijuca. Rogério chegou a ser apontado como mandante do assassinato de Marielle na delação premiada de Alexander de Moraes Rodrigues, o Russo, que foi rescindida. “Inexistem, neste momento investigativo, elementos aptos a atribuir a autoria ou participação” de Rogério, ressalva o relatório.

A conclusão da investigação da PF é a de que, antes, os assassinatos eram restritos “aos efeitos colaterais dos diversos conflitos paralelos que ocorrem no Rio de Janeiro”, como tráfico, milícia, disputa entre contraventores e por máquinas caça-níqueis. “Entretanto, o presente caso revela que as desavenças regulares do jogo político transbordaram o tabuleiro da democracia e descambaram para essa mesma vala de sangue e corrupção”, afirma o texto, em referência à morte de Marielle.

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Completando 61 anos, Xuxa conta que não gosta de comemorar aniversário, fala de nova turnê e diz que documentário será ‘divisor de águas’ para as Paquitas

Xuxa começou a cantar, no fim dos anos 1980, a música que se tornaria uma das mais populares das festas de aniversário por todo o Brasil. Curiosamente, a apresentadora diz que prefere fugir de comemorações como a da letra da canção. Nesta quarta-feira (27), quando completa 61 anos, ela só quer saber de tranquilidade:

— Eu não gosto de comemorar aniversário. Fiz nos meus 60 anos porque é uma coisa emblemática, um número forte. Eu prefiro e gostaria de comemorar, no máximo, com um bolinho vegano, minha filha do lado (Sasha Meneghel), o Junno (Andrade, seu marido), a Doralice (com ela na foto acima) e algumas pessoas de que gosto. Talvez me ligando ou falando comigo, mas não gosto de falar muito ao telefone, não gosto de festa, não gosto de receber presente. Gosto de demonstração de carinho de quem eu gosto. É gostoso receber todos os dias, não numa data específica.

Em 2023, Xuxa foi uma das personalidades mais comentadas no país. Ganhou homenagens em diversos programas de TV, lançou o documentário do Globoplay sobre sua vida, fez show em navio — com direito a nave — e estreou o programa “Caravana das drags”, no Prime Video. Este ano, ela não pretende desacelerar: já fez mais um show em alto-mar e, em breve, começará a desenhar, com o diretor Kley Tarciano, um dos grandes projetos para os próximos meses: uma nova turnê.

— Estou bastante voltada para isso. Acabei de voltar das minhas férias. Estou esperando agora passar meu aniversário para poder sentar com todo mundo e já começar a ver todos os desenhos e tudo o que tem que ser feito. Vai dar muito trabalho — diz.

Xuxa está envolvida ainda numa série de ficção sobre sua vida para o Globoplay, intitulada “Rainha”, e gravou o documentário sobre as Paquitas, também para a plataforma:

— Eu acredito que, como para mim foi um divisor de águas tudo o que vivi, para as Paquitas vai ser também. Acho que daí para mais. Porque são várias histórias, várias meninas. Acho que vai ser não só uma surpresa para o público, mas até para elas. Foi importante eu ter feito meu documentário primeiro, para que elas vissem que me expus, que várias caixinhas foram abertas. Eu acredito que elas tiveram vontade e coragem de também poder fazer isso. Tenho certeza de que o público que admira as meninas, que gosta, que torcia e torce até hoje por elas vai ficar muito feliz com o resultado.

Com inúmeros realizações profissionais e também na vida pessoal, Xuxa diz estar cada vez mais motivada para seguir se transformando e faz uma reflexão sobre a passagem do tempo:

— Tanta coisa aconteceu dos meus 60 para os meus 61 anos. Muitos trabalhos, muitos frutos dos trabalhos que fiz para a comemoração dos 60. Teve uma mudança de pensamento também. Tive que me preparar fisicamente para os 60. Não parei, continuo cuidando de mim. Quis emagrecer, estou me cuidando, fazendo ginástica (confira os detalhes do treino da apresentadora). Estou numa rotina de cuidados que não estava tendo. Continuo com muita vontade de trabalhar mais com minha imagem, ajudando pessoas e causas em que eu acredito. Muitas coisas mudaram. As pessoas mudam, o mundo muda. A gente tem que estar sempre aprendendo para poder acompanhar essas mudanças. Acho que a cobrança maior é nossa, porque, se a gente não se cobra para melhorar e mudar, está tudo errado. Com o amadurecimento, você não relaxa, você quer mudar cada vez mais. Fica com sede de fazer porque já não tem tanto tempo pela frente. Você acha que está afunilando cada vez mais. Quando ando numa esteira, por exemplo, eu falo: “Poxa vida, por quantos anos mais vou poder fazer isso sem sentir tanta dor, sem ter mais obstáculos ou, de repente, não tendo esta vontade que tenho agora?”. Aquelas coisas que eu faço e valorizo muito, que quero cada vez mais aproveitar. Acho que nós deveríamos ter este pensamento desde muito cedo, porque não sabemos o que vai acontecer daqui a um segundo ou amanhã. Assim, acho que a gente aproveitaria muito mais a vida.

CEO de gigante de automóveis indiana se encontra com Lula e Haddad no Planalto

Um dos principais empresários indianos se encontrou com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para falar sobre investimentos nos dois países. Natarajan Chandrasekaran, CEO do Grupo Tata, que atua nos segmentos de tecnologia e automóveis no Brasil, com as marcas Land Rover e Jaguar, destacou a atuação do grupo no país e a conversa que teve com o líder do executivo.

Em conversa com jornalistas após a saída do encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (25/3), o CEO disse que ficou muito satisfeito com a reunião e com a pauta do governo em relação à reforma tributária e energia renovável. “A gente realmente discutiu as possibilidades e oportunidades de investimento”, disse o empresário.

O Grupo Tata possui operações no Brasil desde o ano 2000. Atualmente, a empresa possui cerca de 5 mil funcionários atuando em solo brasileiro. No entanto, o CEO adiantou estar planejando uma expansão para atingir o número de 7,5 mil funcionários.

Além dos líderes citados, o presidente da Apex, e ex-senador, Jorge Viana, que acompanha o empresário na viagem ao Brasil, também esteve presente na reunião. Em entrevista após o encontro, ele destacou que a ideia é ampliar o fluxo de comércio entre Brasil e Índia, que atualmente movimenta cerca de US$ 10 bilhões.

“E o presidente Lula, há muitos anos, quer que esse fluxo cresça. Ele tem uma boa relação com o primeiro-ministro indiano (Narendra Modi) e nós convidamos o mais importante grupo indiano para estudar a possibilidade de ampliar os investimentos no Brasil”, informou.

A agenda de Natarajan Chandrasekaran no Brasil ainda conta com mais duas reuniões nesta terça-feira (26). Uma delas ocorrerá na sede da Embraer e a outra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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O que se sabe sobre ataque que deixou mais de cem mortos na Rússia; Putin diz que autores estão presos

Um ataque com armas de fogo em uma casa de shows na região de Moscou, na Rússia, deixou dezenas de mortos e feridos nesta sexta-feira (22/3).

Ao menos 137 pessoas foram mortas e mais de 140 ficaram feridas no ataque, segundo o FSB (serviço russo de segurança). Não há nenhum registro de brasileiros entre as vítimas.

O atentado foi reivindicado por radicais islâmicos (mais detalhes abaixo). No domingo, quatro homens foram acusados formalmente pelo ataque.

De acordo com as informações iniciais, um grupo de ao menos quatro pessoas armadas, com uniformes táticos, fez disparos na casa de shows Crocus City Hall, enquanto as pessoas aguardavam uma apresentação da banda de rock russa Picnic.

O espaço para shows é conectado a um shopping, e mais de 6 mil ingressos haviam sido vendidos para o show de sexta-feira.

Segundo os serviços de segurança russos informaram ao presidente Vladimir Putin, esses quatro homens armados foram detidos, junto com outras sete pessoas.

Em pronunciamento neste sábado (23/3), Vladimir Putin anunciou que este domingo será um dia oficial de luto e prometeu punir os responsáveis pelo ataque. Ele afirmou que todos os perpetradores já foram encontrados e detidos.

Putin também declarou que eles tentaram escapar em direção à Ucrânia (algo que Kiev nega), e que a segurança do país foi reforçada em resposta.

Chamando o episódio de sexta-feira de “ato terrorista bárbaro”, ele declarou que “nossos inimigos não vão nos dividir”.

Vídeos no local da apresentação em Krasnogorsk, subúrbio de Moscou, mostram pelo menos quatro pessoas atirando indiscriminadamente contra o público, que gritava e tentava fugir.

Segundo as investigações preliminares, os perpetradores também usaram líquido inflamável para incendiar setores da casa de shows.

Os EUA disseram que há evidências críveis de que um grupo afiliado ao autodenominado Estado Islâmico (também chamado de Isis) esteja por trás dos ataques – o grupo de fato reivindicou a autoria. A Rússia não comentou.

Segundo Washington, trata-se de uma ramificação do Estado Islâmico chamada Isis-K, ou Isis-Khorasan, um grupo que tenta estabelecer um califado islâmico em áreas do Afeganistão, Paquistão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Irã.

“O Isis-K está focado na Rússia há dois anos”, afirmou ao jornal New York Times Colin Clarke, especialista em contraterrorismo baseado em Nova York. “O Isis-K acusa o Kremlin de ter sangue muçulmano nas mãos, em referência às intervenções russas no Afeganistão, na Chechênia e na Síria.”

A Ucrânia, com quem a Rússia está em guerra, negou qualquer envolvimento no episódio.

Entre os feridos no tiroteio estavam crianças, segundo uma autoridade local de Moscou em entrevista a uma agência de notícias russa. Elas estavam participando de uma competição de dança de salão quanto o tiroteio começou. Os pais desses jovens também estavam no local.

Várias explosões foram ouvidas e houve um grande incêndio no prédio, o que causou o desabamento de parte do telhado próximo ao local.

O fogo tomou conta do telhado e da fachada do shopping e fumaça e chamas eram visíveis no horizonte do centro de Krasnogorsk.

Muitas vítimas morreram dos ferimentos a balas, enquanto outras, pela inalação de fumaça tóxica.

Cerca de 100 pessoas teriam sido resgatadas no topo do centro comercial, segundo autoridades envolvidas no resgate.

Um vídeo obtido pela agência de notícias Reuters mostrava um grande incêndio e fumaça saindo do salão onde ocorreu o ataque.

Diversos grupos de forças especiais russos entraram no local.

O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque em seu canal no Telegram. A postagem do grupo radical islâmico não foi verificada de forma independente.

Os quatro homens presos são Dalerdzhon Mirzoyev, Saidakrami Murodali Rachabalizoda, Shamsidin Fariduni e Muhammadsobir Fayzov. Um deles é um cidadão do Tajiquistão, segundo um comunicado da Justiça russa em um canal no Telegram.

O grupo já realizou ataques em vários países. Mas o correspondente de segurança da BBC, Gordon Corera, lembra que, em outras ocasiões, o Estado Islâmico já assumiu a responsabilidade por ataques com os quais não teve nada a ver.

Em 7 de março, o FSB da Rússia disse ter evitado um ataque a uma sinagoga em Moscou que estava sendo planejado por uma célula do Estado Islâmico.

O FSB disse que os agressores abriram fogo durante a tentativa de prisão e foram “neutralizados pelo fogo rival”, mas poucos detalhes foram fornecidos sobre esse caso.

O FSB, serviço de inteligência russo, emitiu um comunicado afirmando que os responsáveis pelo ataque estavam planejando cruzar a fronteira com a Ucrânia e que teriam “contatos” no lado ucraniano.

A Ucrânia reagiu dizendo que essa informação é “absurda”.

Sarah Rainsford, correspondente da BBC em Kiev, conversou com Andriy Yusov, porta-voz da inteligência ucraniana, que afirmou que a fronteira entre os dois países está “repleta de militares e membros de serviços especiais. (…) É uma linha de frente (da guerra). Sugerir que os suspeitos rumavam para a Ucrânia é sugerir que eles são estúpidos ou suicidas”.

Rainsford explica que, em Kiev, existe o temor de que a Rússia use o episódio desta sexta-feira para escalonar ainda mais a guerra na Ucrânia.

‘Terrível tragédia’

O correspondente da BBC na Rússia, Steve Rosenberg, relata que bombeiros passaram a noite apagando as chamas. E o que era uma das salas de concerto mais famosas do país agora virou uma zona de desastre. Há pessoas levando flores e tributos às vítimas.

O governo da Rússia descreveu o incidente como um “ataque terrorista”. Policiais e bombeiros estão no local acompanhando o caso.

Imagens nas redes sociais mostravam homens armados dentro do centro comercial.

“Todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para prestar assistência às pessoas afetadas pelo ataque terrorista”, disse a FSB em nota, ainda na sexta-feira.

O prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, chamou o ataque de “terrível tragédia”. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o episódio como “um ataque terrorista sangrento”.

A banda de rock Picnic emitiu um comunicado informando que todos os integrantes e membros da sua equipe estão “vivos e seguros”.

“Ocorreu uma tragédia cuja escala ainda não podemos avaliar”, afirmou o comunicado.

O Ministério da Cultura russo divulgou que todos os grandes eventos foram cancelados no país neste fim de semana.

Ucrânia ‘não tem nada a ver’

Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia, que está em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022, não tem qualquer relação com o ataque desta sexta-feira.

Num post no Telegram, Mykhailo Podolyak disse: “Sejamos claros, a Ucrânia não tem absolutamente nada a ver com estes acontecimentos”.

Governo brasileiro lamenta ataque

O Ministério das Relações Exteriores informou em nota que “não se tem notícia de nenhum cidadão brasileiro vítima do ataque”.

A Embaixada brasileira em Moscou, segundo a pasta, “permanece em funcionamento para atender brasileiros em situação de emergência”.

A pasta expressou condolências e solidariedade “ao povo e ao governo da Rússia e reitera seu firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo.”

Em busca de sintonia no Fluminense, reforços tentam pedir passagem em meio a ‘pré-temporada’

Na janela de transferências do início do ano, o Fluminense buscou qualificar um time vitorioso e que carecia de peças de reposição em alguns setores, principalmente no ataque e no meio-campo. Fernando Diniz e a diretoria tricolor contrataram oito reforços, entre eles nomes de peso como Renato Augusto e Douglas Costa. Passados dois meses de trabalho integral — o elenco principal só voltou das férias no dia 25 de janeiro —, todos ainda tentam, em estágios diferentes, mostrar que merecem uma vaga.

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Não há tempo suficiente para dizer quem já deu certo ou não, em um momento de necessária adaptação a um esquema que não se assimila rapidamente. Ainda assim, todos eles passam bem discretos até agora. Porém, é na chegada das principais competições — Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores — que serão cobrados mais maturidade física e entendimento da forma de jogo do tricolor.

Os problemas — falta de intensidade, poucas finalizações, resultados ruins… — têm refletido de maneira geral no elenco, e o treinador afirma que o atual período sem jogos poderá ser positivo. Eliminado do Campeonato Carioca, o clube só volta a jogar em 3 de abril, diante do Alianza Lima (Peru), na estreia na Libertadores.

Veja fotos da mansão de Renato Augusto, novo reforço do Fluminense

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Fernanda Klarner — Foto: Reprodução/Instagram

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Fernanda Klarner — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto tem academia — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto ficou pronta em 2020 — Foto: Reprodução/Instagram

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Renato Augusto recebeu famosos como Dilsinho em sua casa — Foto: Reprodução/Instagram

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Renato Augusto e amigos — Foto: Reprodução/Instagram

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Renato Augusto e mulher — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Reanto Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Casa de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

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Mansão de Renato Augusto — Foto: Reprodução/Instagram

Atleta é vizinho de Vinicius Júnior e Ludmilla

— A gente tem usado agora, de fato, para fazer uma pré-temporada. Os jogadores já estão um pouco mais acostumados, já jogaram. Temos esticado bastante a corda, no sentido de fazer os jogadores treinarem em uma intensidade extremamente alta. Não dá para fazer o apontamento de uma ou duas coisas que faltam. É um conjunto que a gente vai resolvendo — disse Diniz.

Problemas físicos

O reforço que mais “deu as caras” foi Renato Augusto. Um dos melhores meias do Brasil na última década, chegou com a expectativa de se reinventar aos 36 anos, mas ainda procura espaço. Um ponto sintomático é que não participou de nenhum gol diretamente, mesmo tendo protagonizado um lance de título. Entrou no segundo tempo da final da Recopa Sul-Americana, contra a LDU (Equador), e sofreu o pênalti convertido por Arias.

Naquela noite, Douglas Costa também entrou para mudar o jogo. Ele é outro nome que gera muita expectativa nos tricolores. O atacante voltou dos Estados Unidos, onde estava sem jogar há meses, algo relevante para um jogador que sofre com questões físicas. No momento, ele se recupera de lesão na coxa direita.

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O mesmo vale para Gabriel Pires, meia de conhecida qualidade, mas que tem marcado presença constante no departamento médico. Com problemas musculares, tem apenas duas partidas pelo tricolor, a última disputada há mais de um mês.

Ainda no meio, David Terans tem sido uma incógnita. Contratação mais cara da janela — R$ 14 milhões —, o uruguaio não vem entregando a intensidade que Diniz espera. Único dos reforços a ter participação em gol — assistência contra o Botafogo —, as atuações são discretas.

Defesa em xeque

O problema de adaptação bate muito forte na defesa, setor que se tornou uma urgência maior com a venda de Nino, e a falta de um substituto à altura. Primeiro reforço para 2024, Antonio Carlos não mostra a que veio, mesmo trabalhando desde a primeira semana de janeiro e tendo mostrado segurança no time alternativo usado no Estadual.

Contra o Botafogo, suas falhas renderam vaias de parte da torcida no Maracanã, o que também ocorreu com o goleiro Felipe Alves. Contratado por ser conhecido de longa data de Diniz, sofreu seis gols em três jogos, e transmite menos confiança que Vitor Eudes, concorrente na reserva de Fábio.

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Por fim, o Fluminense trouxe Marquinhos e Jan Lucumí por empréstimo, para aumentar o leque de opções de pontas de velocidade. Últimos a chegarem, eles jogaram poucos minutos, que não permitem análise mais embasada.

Quando estiveram no campo, estavam improvisados. Lucumí fez sua estreia no último jogo contra o Flamengo, atuando por 25 minutos, ao entrar no lugar de Marquinhos, escalado na lateral direita. São jogadores com margem para crescimento e que podem pleitear mais espaço após esta mini pré-temporada.

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