Moradores se unem para ajudar nas buscas por menina desaparecida após ser arrastada por enxurrada

A comunidade formou uma rede de apoio para ajudar nas buscas pela pequena Samylla Vitória, de 6 anos, que desapareceu após ser arrastada por uma enxurrada em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Até uma tenda foi instalada para oferecer alimentação e suporte aos voluntários que auxiliam o Corpo de Bombeiros.

“Na hora do acontecido eu vim, fiquei até 1h da manhã, fui pra casa e avisei o patrão que não ia mais. Cheguei de manhã, entramos e estamos saindo agora aí de dentro [da mata]”, contou Rômulo Alves de Araújo, eletricista.

As buscas foram retomadas pelos bombeiros neste sábado (6) e contam com o apoio da comunidade. Acompanhando de perto, Wanderson Douglas Pereira, pai de Samylla, agradeceu o suporte recebido.

“Só tenho a agradecer todo mundo que tá acompanhando, to ajudando todo mundo aqui, mas o sorriso dela não sai da minha cabeça, vamos encontrar minha filha”, desabafou.

“Só tenho a agradecer todo mundo que tá acompanhando, to ajudando todo mundo aqui, mas o sorriso dela não sai da minha cabeça, vamos encontrar minha filha”, desabafou.

À TV Anhanguera, voluntários contaram que estão empenhados na busca por Samylla. Na região do bairro Cidade Livre, ruas foram até interditadas para facilitar os trabalhos.

“Tem gente que tá desde ontem [dia do desaparecimento], não comeu, não bebeu, não foi pra casa, chorou por elas, é triste, eu também tenho meu filho”, desabafou a diarista Maria Sueli.

“Deixei minha menina na escola e vim pra cá, porque eu sou pai também”, completou Silvio Gomes dos Santos, operador de máquinas.

“Emocionado com esse pai, com essa situação dele, aí eu falei: ‘irmão, ‘nós tem’ que montar uma tenda pra receber todo mundo’”, finalizou o comerciante Fernando Ricardo.

Chegando em casa

A menina Samylla Vitória tentava chegar até a calçada de casa quando foi levada pela água, segundo a mãe. O g1 esteve no bairro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia, e conversou com o Corpo de Bombeiros e moradores para entender qual pode ter sido o trajeto que a menina fez até desaparecer; entenda.

Por volta de 17h de quinta-feira (4), Samylla voltava do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) onde estuda acompanhada da mãe, Thaís Lira. Um vídeo mostra as duas caminhando por uma rua enquanto uma forte chuva já atingia a região. Nas imagens, é possível ver que a mãe da menina abriu mão do guarda-chuvas para que a filha se protegesse.

Em entrevista, Thaís contou que quando elas já estavam na Rua Santa Cruz, onde moram, a filha tentou pular a enxurrada para alcançar a calçada de casa, mas acabou sendo levada pela força da água. A chuva naquele momento era muito forte, assim como a correnteza, especialmente porque a rua em questão é uma ladeira.

“Nós já tínhamos chegado na frente de casa. Quando ela foi passar o pezinho dela para a calçada, a enxurrada levou ela. Tava chovendo bastante”, disse a mãe aos prantos.

“Nós já tínhamos chegado na frente de casa. Quando ela foi passar o pezinho dela para a calçada, a enxurrada levou ela. Tava chovendo bastante”, disse a mãe aos prantos.

Outro vídeo, obtido pelo g1, mostra a menina sendo levada pela água durante o temporal. Logo após, a mãe aparece correndo atrás da filha (veja abaixo). Thaís afirma que a enxurrada levou a filha para uma região de mata, no final da rua. “A última vez que vi, ela estava no mato quando sumiu”, disse.

Segundo os bombeiros, a região de mata em questão abriga uma “galeria de água” repleta de buracos, alguns com profundidade de 10 metros. Esses locais possuem tubulações que têm como objetivo captar, transportar e drenar a água da chuva de áreas urbanas até córregos, que desaguam em rios.

Major Alves explica que, no momento em que tudo aconteceu, a chuva encheu os “buracos” com água e, por isso, não se tinha noção do tanto que eles eram profundos. De acordo com o militar, toda a chuva que passou pelo córrego que fica nessa região deságua em um rio logo a cerca de 100 metros dali.

A mochila de Samylla foi encontrada a cerca de 5 km de distância do local onde a criança foi levada pela enxurrada, mas a força-tarefa ainda não encontrou a menina. As buscas estão concentradas na mata, córrego e no rio. O pai dela, Uanderson Douglas Pereira da Silva, de 26 anos, se emocionou ao receber a mochila da filha.

Buscas

Cinco viaturas e um helicóptero estão sendo usados para tentar localizar a menina. A procura continuou mesmo durante a noite, com a ajuda da equipe náutica dos bombeiros, concentrada no córrego. Na manhã desta sexta-feira (5), a procura foi redobrada.

Segundo os bombeiros, mais de 20 militares estão no local realizando buscas. À TV Anhanguera, o capitão Rodrigo falou sobre a esperança da equipe atuante nas buscas. “Temos a esperança de entregar essa menina ainda com vida aos familiares”, disse o capitão.

Também participam das buscas: a Polícia Civil, Guarda Civil Metropolitana e moradores do bairro que se comoveram com a situação. Um deles, chamado Anderson Souza diz ter sido um dos primeiros a entrar na mata e pular no córrego para procurar a criança.

“Eu entrei por dentro da mata, porque a gente por ser morador já conhece a mata, e pulei para dentro do córrego para poder acompanhar a enxurrada, ver o que nós podíamos fazer, só que a correnteza foi extensa demais, muito alta, a água chegou até a altura do meu peito. Então, não teve muito o que fazer nessa hora e nós tivemos que voltar”, relata o morador.

📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.

📱 Participe dos canais do g1 Goiás no WhatsApp e no Telegram.

VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *