Como o Fla-Flu, que decide hoje o Carioca, tem ‘salvado’ o torneio nos últimos seis anos

Os dias que antecederam a segunda partida da final do Carioca foram movimentados. A discussão entre Luiz Araújo e o técnico Mano Menezes, nos minutos finais do primeiro jogo, ganhou mais holofotes após uma leitura labial revelar o conteúdo da troca de provocações. Para completar, o Fluminense publicou nota na qual criticou a arbitragem e pediu imparcialidade no confronto decisivo com o Flamengo. Tudo isso elevou a temperatura do Fla-Flu de hoje, às 16h. Até ontem, cerca de 56 mil ingressos já haviam sido comercializados. O que não chega a ser surpresa. Nos últimos anos, tem sido do clássico a função de garantir um mínimo de atratividade ao torneio.

Detentores de 71 taças em 127 edições, Flamengo e Fluminense já são, historicamente, os maiores campeões. Mas, a partir de 2020, este protagonismo cresceu, e a dupla estabeleceu um duopólio. Que se reflete não apenas na distribuição de títulos (três para o rubro-negro e dois para o tricolor) e no fato de eles terem disputado, juntos, cinco de seis finais.

Numa época de perda contínua de espaço no calendário e de queda no interesse do público pelos Estaduais, é o Fla-Flu quem mais tem levado o torcedor para os estádios no Carioca. Desde 2020, 678.161 pessoas assistiram aos confrontos entre Flamengo e Fluminense pelo campeonato, o que dá uma média de 52.166 por partida.

O desempenho é superior ao dos jogos entre o rubro-negro e o Vasco, que reúne as duas maiores torcidas do Rio. Nos últimos seis anos, o Clássico dos Milhões atraiu 473.084 torcedores, com uma média de 43.007 por confronto.

O apelo maior do Fla-Flu, na verdade, não se limita ao Estadual. Se considerarmos os jogos do Brasileiro e da Copa do Brasil, ele segue como o clássico carioca de maior público desde 2020. Já foram 1.167.894 rubro-negros e tricolores nos estádios — 53.086 por jogo. Já Flamengo x Vasco reuniu um total de 715.038 torcedores (47.669 por confronto) quando incluímos os duelos pela Série A neste recorte dos últimos seis anos.

Equilíbrio em campo

Não é difícil entender o protagonismo atual do Fla-Flu. Ele ocorre num contexto em que o Flamengo se descolou financeiramente de seus rivais locais. Enquanto Vasco e Botafogo amargaram alguns destes anos na Série B, sem sequer enfrentar os rubro-negros pelo Brasileiro, o Fluminense tem conseguido bater de frente com o rival de uma forma regular, o que manteve a rivalidade acirrada.

Em 31 jogos entre os dois desde 2020 (por todas as competições), o equilíbrio predomina. Até o começo desta semana, rubro-negros e tricolores estavam empatados no número de vitórias. Com o 2 a 1 da última quarta, o Flamengo passou a somar 12 contra 11 do rival.

A igualdade de forças fica ainda mais evidente quando se observa o predomínio do Flamengo nos confrontos com os outros rivais neste mesmo período. Contra o Botafogo, venceu 10 vezes e perdeu quatro em 15 confrontos no período. Já diante do Vasco a discrepância é ainda maior: são 14 triunfos rubro-negros e apenas dois dos cruz-maltinos em 18 jogos. Um histórico que acaba desmobilizando o torcedor.

Coincidentemente, Vasco e Botafogo se converteram em SAFs neste período. No primeiro caso, o afastamento do investidor por decisão judicial em meio a uma série de acusações de fraude nos Estados Unidos fez o projeto naufragar. Já o alvinegro se tornou vitorioso em campo. Mas a visão de negócio de seu proprietário praticamente tirou o Estadual da agenda do clube.

4 a 1 ainda na memória

Do lado do Flamengo, não há desconforto em reconhecer esta força do Fluminense nos clássicos. Todos que estavam no clube em 2023 se recordam da derrota por 4 a 1 no segundo jogo da decisão do Carioca após a vitória por 2 a 0 no primeiro.

— Em 2023 eu estava em campo. Fizemos 2 a 0 e sofremos a virada. Todo mundo tem que pensar dessa maneira: não tem nada decidido. É uma equipe muito qualificada do outro lado — admitiu o zagueiro Léo Pereira em entrevista coletiva na última sexta.

Ironicamente, o Fluminense é o único rival dos rubro-negros que não se converteu em SAF. O que não significa que ele não invista no elenco. Mas precisa de algo a mais para compensar a força financeira do outro lado.

— Ele se tornou o clássico mais motivante para o Fluminense. O Flamengo vem sempre com boas equipes e em momentos mais positivos. E isso é motivação extra — admite ao GLOBO Abel Braga, técnico tricolor no título de 2022, que aposta num equilíbrio maior hoje.

—Aquele golzinho ali no final (do Keno) foi a sobrevivência. O Fluminense não vai chegar mais morto, entendeu? O Flamengo vai continuar tendo o favoritismo. Mas o Fluminense, pelo potencial que tem, com certeza vai ser muito mais forte do que foi na primeira partida. Vai ser um jogo bom.

Red Bull Bragantino anuncia contratação do volante Fabinho, ex-Palmeiras

O Red Bull Bragantino anunciou, na manhã deste sábado (15), a contratação do volante Fabinho, que defendia o Palmeiras. Ele assinou em definitivo com o clube de Bragança Paulista, que não informou os valores da transação. O jogador de 22 anos ficará, inicialmente, até dezembro de 2029.

Revelado pelo Verdão, Fabinho registra muitos títulos desde a base até o profissional. Entretanto, a falta de oportunidades entre os titulares pesou para ele aceitar uma transferência para outro clube.

Fabinho afirmou, em entrevista ao RB Bragantino, que o meio-campista Jhon Jhon, também ex-Palmeiras, teve papel fundamental para o volante enxergar a oportunidade em um novo clube.

“Sempre tive vontade de jogar aqui. O Jhon Jhon, que é um amigo muito próximo, sempre falou muito bem do clube e do ambiente, o que aumentou ainda mais meu interesse. Quando surgiram as conversas, fiquei muito feliz. Estou satisfeito e motivado para conquistar meu espaço e fazer história aqui. O projeto do clube, suas metas e toda a estrutura também pesaram na minha escolha”, acrescentou.

Integrado ao Centro de Performance e Desenvolvimento (CPD) do Bragantino, Fabinho garantiu que está pronto para fazer sua estreia. O Massa Bruta volta a campo no próximo dia 31, quando enfrenta o Ceará pela estreia no Campeonato Brasileiro.

“Estou preparado. Fiz a pré-temporada com o Palmeiras e disputei algumas partidas no Paulista, então chego pronto e aguardando minha chance”, concluiu.

O anúncio de Fabinho ocorre justamente após o Bragantino perder o meio-campista Lucas Evangelista justamente para Palmeiras. O jogador, inclusive, foi anunciado pelo Verdão na última sexta (14).

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Escola de Teatro Bolshoi no Brasil celebra 25 anos; bailarino do Complexo do Alemão conta como teve sua vida transformada pela instituição

Para celebrar seus 25 anos de história, a Escola de Teatro Bolshoi no Brasil apresenta, neste fim de semana (15 e 16), às 19h30, no Centreventos Cau Hansen, em Joinville/SC, uma produção inédita do icônico balé O Lago dos Cisnes. Essa é a única filial do Bolshoi no mundo, que atualmente conta com 250 alunos de 22 estados brasileiros. Entre os muitos dançarinos está Luís Rego, bailarino que iniciou sua trajetória na instituição em 2017. Natural do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ele descobriu sua paixão pela dança aos 14 anos, quando acompanhava a irmã mais nova no balé. A menina não continuou na dança, mas Luís sente que estava destinado a se apaixonar.

“Parecia que ela precisava estar ali para que eu pudesse me apaixonar pelo balé. Ela acabou desistindo, e eu continuei”, afirma o carioca.

Em entrevista ao EXTRA, o rapaz, que hoje é membro da Dance Theatre of Harlem, em Nova York, apareceu vestindo a blusa da Escola de Teatro Bolshoi. Formado na instituição em 2018, Luís mora fora do país há 5 anos e guarda com muito carinho todas as experiências.

— Assim que cheguei naquele lugar, foram transformações do início ao fim. É o caminho perfeito para qualquer pessoa que deseja ser um melhor profissional e ter uma carreira parecida com a minha. É uma estrutura incrível, eles têm a melhor técnica. A escola vai muito além do que só ensinar. Era uma atmosfera muito boa, sinto saudade disso.

O bailarino compartilhou que na Escola de Teatro Bolshoi, eles contam com um sistema chamado “Mãe Social”, onde mulheres abrem as portas de suas casas para receber os alunos vindos de outras cidades.

— Aline Coelho e Vagner Barbosa foram meus pais sociais durante todo o tempo que morei em Joinville. Sou muito grato a eles e muito feliz pela oportunidade que eles me deram de morar e vivenciar coisas maravilhosas na cidade.

Mesmo amando dançar, em muitos momentos Luís pensou em desistir. Dificuldades financeiras, preconceito por ser um homem negro, pobre e de periferia… E, agora, imigrante. O ex-aluno da Bolshoi Brasil, que também passou pela Tivoli Ballet Theatre, na Dinamarca, conta que, apesar de tudo, não mudaria nada em sua trajetória.

— Meu maior desafio foi a aceitação. Muitas vezes eu me sentia rejeitado no ambiente do balé clássico. Sentia que precisava me provar — diz o rapaz, que se inspirou em histórias parecidas com a dele para mudar de perspectiva: — Fez com que eu olhasse para a situação de maneira diferente e dissesse: “Sim, é possível ser um bailarino clássico, mesmo sendo preto e tendo nascido na favela”. Até as coisas ruins fizeram com que eu me tornasse a pessoa que eu sou hoje.

Ao se mudar para Copenhague, como membro da companhia dinamarquesa, ele relata ter tido ajuda financeira para conseguir se manter.

— Foi a primeira vez morando sozinho e em outro país, não sabendo falar ao menos inglês. Tive problema no meu visto de trabalho e não consegui abrir uma conta bancária. Foi um momento difícil, perrengue mesmo. Foram 6 meses, onde diversos amigos se disponibilizaram a pagar as minhas despesas.

Quando o assunto família aparece, Luís leva as mãos ao rosto, sentindo tristeza por estar longe deles há 3 anos. Quando morava em Joinville, município de Santa Catarina, o rapaz chegou a ligar para a mãe algumas vezes querendo voltar para sua casa no Rio, mas ela sempre o incentivava a continuar.

— Ela me dizia: “Aguenta mais um pouco!”. Minha família é minha base, minha inspiração e meu combustível. Estou há 3 anos sem ver os meus pais. Mas este ano estou voltando e ficarei ao lado deles por um mês. Será perfeito!

E o que será que o hoje bem-sucedido bailarino diria à sua versão mais jovem, aquele garotinho descobrindo o amor por dançar?

Eu falaria: “Não deixe que as pessoas tirem de você a sua essência. Porque vão tentar fazer isso. Vão tentar sugar a sua energia, fazer com que você se encaixe numa caixa que criaram para você.”

O carioca, que não nega suas raízes, adora curtir um pagode, samba e as músicas da Anitta em seus momentos de lazer!

— Eu amo a Anitta, mas ouço de tudo! Eu vejo muita coisa da cultura brasileira e geralmente, no meu tempo livre, procuro restaurantes brasileiros, para me sentir enraizado.

*Estagiária sob a supervisão de Gabriela Germano.

Dona Vitória: 20 anos após idosa filmar traficantes na Ladeira dos Tabajaras, favela ainda sofre com o crime e a falta de serviços públicos

“Eu digo que a história lá na sua origem já era terrível de sobrevivência nela e piorou. Infelizmente, piorou. Temos que ter consciência que piorou e tentar sair disso”. A declaração da atriz Fernanda Montenegro em entrevista quarta-feira durante a pré-estreia do filme “Vitória”, baseado numa história real revelada pelo EXTRA em 2005, reflete a realidade atual da Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Há 20 anos, a aposentada Joana Zeferino da Paz, que ficou conhecida como Dona Vitória para não poder ter sua identidade revelada por questão de segurança, usou uma filmadora para registrar, do apartamento onde morava, a movimentação de traficantes, usuários de drogas e policiais corruptos na comunidade.

Publicada pelo EXTRA em reportagens do jornalista Fábio Gusmão em agosto de 2005, a denúncia da idosa levou à instauração de um inquérito que identificou mais de 30 criminosos flagrados nos vídeos feitos por ela, que morreu de causas naturais em 2023, aos 97 anos, na Bahia.

Se estivesse viva e ainda morasse no apartamento de onde teve que sair ao entrar no programa de proteção a testemunhas, a aposentada alagoana poderia documentar hoje da janela que o crime se intensificou no lugar. O tráfico passou a adotar práticas de milícia, explorando negócios irregulares, entre eles a venda de sinais clandestinos de internet e de TV a cabo e a cobrança de taxas. Nesse mesmo período, o número de moradores e de casas duplicou, e as construções se verticalizaram, atingindo três e até mais andares.

Como na época das filmagens, a facção criminosa Comando Vermelho (CV) domina territórios na Ladeira dos Tabajaras. Mas, agora, segundo a polícia, além da venda de drogas sintéticas no morro e no asfalto, o CV impõe taxas, por exemplo, a quem explora o transporte feito por Kombis e motos, e exige percentuais sobre o monopólio da venda de botijões de gás.

Um dos integrantes da facção, segundo processos que tramitam na Justiça, seria Thiago Veras Matos, o Carreirinha, apontado como gerente geral do tráfico na comunidade. Em nome dele, há três mandados de prisão. Ele seria homem de confiança de Ronaldo Pinto Lima e Silva, o Ronaldinho Tabajara, e é citado em pelo menos dez processos, parte deles por tráfico e homicídio.

Ronaldinho, mesmo preso, em 2005, época em que o caso de Dona Vitória veio à tona, comandava o tráfico no Tabajaras, conforme relatórios de investigação. Procurada, a defesa de Thiago Veras Matos alegou que ele não faz mais parte do tráfico. O EXTRA não conseguiu contato com a defesa de Ronaldinho Tabajara.

Considerada estratégica pelo CV, a Ladeira dos Tabajaras e a comunidade colada a ela, o Morro dos Cabritos, ficam próximas ao Pavão-Pavãozinho, entre Copacabana e Ipanema. Controladas pelo mesmo grupo criminoso, essas comunidades servem como base e ponto de partida para tentativas de invasão ao Chapéu Mangueira, no Leme, única favela na Zona Sul onde o Terceiro Comando Puro atua.

O preço de morar lá

Hoje, comprar imóvel na comunidade, conta um morador, geralmente “é na planta”, ou seja, antes de construir:

— Na beira da rua, uma casa “na planta” custa de R$ 80 mil a R$ 100 mil. No alto, é entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

O número de creches públicas também é considerado pequeno para atender à quantidade de crianças. Há uma municipal, a Tia Sônia Crispiano, e uma conveniada, a Cantinho da Natureza. Ambas ficam na Rua Euclides da Cunha, no Cabritos, embora atendam também ao Tabajaras.

A única farmácia do complexo fica no lado dos Cabritos. O lugar tem uma igreja católica — há dois anos, uma capela virou a Paróquia São Benedito, na Rua Euclides da Cunha — e pelo menos seis templos evangélicos, todos no Cabritos. Já quem quiser atendimento médico tem que descer até a Rua Siqueira Campos, onde funcionam o Centro Municipal João Barros Barreto e uma UPA.

— Para muita coisa temos que ir até o asfalto, o que não é barato. O mototáxi é de R$ 3 para descer e R$ 5 para subir.

Sobre as Kombis, outro morador reclama que não aceitam Riocard:

— Os patrões querem dar o vale e não o dinheiro. O dinheiro da passagem acaba saindo do nosso bolso.

Além da violência, o abismo social

Os problemas do Tabajaras, ressaltam os moradores, vão além do crime. Quem vive na favela lamenta que, 20 anos depois das denúncias feitas por Dona Vitória, o morro ainda viva um profundo abismo social.

— Uma grande violência que o morro continua sofrendo é a social. A ajuda pública é quase zero — reclama um morador. — Nossos jovens não têm o que fazer. E as mães, para levar os filhos para a escola, ou descem a pé ou dependem de Kombis. Não há uma única escola pública no morro, e os projetos sociais são da iniciativa privada.

Números do Censo mostram que a população da Ladeira, que era de 1.051 moradores em 2000, foi para 2.154 em 2022. Já o número de casas subiu de 424 para 902. Os dados são considerados subdimensionados por quem vive no local.

— A Ladeira dos Tabajaras, que começa na Siqueira Campos, em Copacabana, e vai até a Real Grandeza, em Botafogo, tem milhares de casas e uns 40 becos — afirma um morador. — Mas não podemos esquecer que se trata de um complexo, a Ladeira e o Morro dos Cabritos. As pessoas acabam chamando tudo de Tabajaras e circulam de uma para outra.

Uma ex-moradora diz que o poder público precisa olhar mais para o morro:

— Posso assegurar que 99,9% dos que vivem no Tabajaras são pessoas do bem.

Atualmente, a média dos prédios no Tabajaras e nos Cabritos é de três andares. Contudo, alguns chegam a seis pavimentos. O aluguel de uma quitinete, de 20 metros quadrados, está em torno de R$ 1 mil. Um imóvel de dois quartos é alugado por até R$ 1.500. Mas os preços dependem de o imóvel estar menos ou mais próximo das ruas onde chegam Kombis e mototáxis. E muitas vezes é preciso subir escadarias para chegar em casa.

As respostas da prefeitura, da Polícia Civil e da PM

A Secretaria de Ordem Pública afirma que não recebeu denúncia e não identificou a recusa nos chamados “cabritinhos” do vale-transporte. A prefeitura, por sua vez, garante que a área (Tabajaras e Cabritos) “é coberta por equipamentos, ações e políticas públicas de saúde, educação, esportes, meio ambiente, limpeza urbana, entre outros”.

O município afirma ainda que no centro da Siqueira Campos a cobertura de saúde da família é de 98,93% do território do Tabajaras, e 100% no Cabritos. Na educação, afirma que são três unidades para atender às duas comunidades: as duas creches, no Cabritos, e a Escola municipal Alencastro Guimarães, na Rua Toneleros, fora da comunidade.

Sobre os crimes citados, a Polícia Civil informou que investiga todas as ações e que existem trabalhos de apuração em andamento, incluindo outros locais da Zona Sul. A Polícia Militar informou que a modalidade de extorsão e exploração de serviços de forma clandestina são condutas praticadas de maneira velada e, por isso, a participação da população é determinante no combate a essas ações criminosas. Acrescentou que a corporação atua ostensivamente na localidade com policiais da Unidade de Polícia Pacificadora do Tabajaras e do 19° BPM (Copacabana) tanto no interior da comunidade quanto em seus acessos.

Aluno da rede pública do DF vai competir no mundial de ginástica artística

Entre os dias 4 e 14 de abril, o estudante Jose Luis Pereira irá participar do mundial escolar ISF U15 Gymnasiade 2025, que é considerado uma das principais competições escolares abrangendo o público internacional, com atletas do sub-15 de todo o mundo.

Jose Luis Pereira estuda no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 102 Norte, e é considerado a grande promessa para a edição deste ano. O atleta comentou, em entrevista para a Agência Brasilia, que treina desde 2018 e está muito animado pois, além da grande expectativa para a competição, essa será sua primeira viagem internacional.

Iara Neves, gerente de Desportos (Gdesp) da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), destaca a importância de se ter um estudante da rede pública do DF em uma competição de tamanho calibre, justamente por ser internacional. Por fim, a servidora ressalta: “Acreditamos que experiências como essa ampliam horizontes, fortalecem o caráter e contribuem para uma trajetória pautada pelo compromisso e pela ética”.

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Organizado pela Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o Gymnasiade 2025 conta com 25 modalidades esportivas, incluindo quatro paraesportes. O evento promete uma fusão de cultura, tradições e talentos pois, além da ginástica, haverá competições de atletismo, badminton, boxe, xadrez, esgrima, judô, karatê e entre outras. Grandes nomes como Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Brandonn Almeida já participaram da competição, e hoje se destacam nas olimpíadas.

O que se sabe sobre a nova era de Ariana Grande

Após o lançamento de Eternal Sunshine em 2023, Ariana Grande surpreende os fãs com uma nova identidade visual para a edição deluxe do álbum, batizada de Brighter Days. A artista fez a transição do vermelho para o azul, um movimento que pode ser observado na atualização do perfil @brighterdays no Instagram, anteriormente conhecido como @sweetener. Na nova foto, a iluminação azul destaca seu rosto, deixando claro que essa será a tonalidade predominante da nova fase.

Ariana Grande tem usado referências cinematográficas para construir a narrativa de seus trabalhos musicais. Eternal Sunshine foi fortemente inspirado pelo filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), estrelado por Jim Carrey e Kate Winslet. O videoclipe de we can’t be friends (wait for your love), por exemplo, faz alusão direta ao longa-metragem.

No filme, a personagem Clementine, vivida por Winslet, passa por uma transformação visual significativa. Antes de apagar as memórias de seu antigo amor, ela ostenta cabelos vermelhos — mesma cor que dominou a era Eternal Sunshine. No entanto, após o procedimento, Clementine ressurge com os fios azulados, marcando um novo começo. Esse conceito foi incorporado por Ariana, que agora traz o azul como símbolo da transição para Brighter Days.

A cantora escolheu adiar a continuação do ciclo de Eternal Sunshine até finalizar seus compromissos com o filme Wicked, encerrados oficialmente após o Oscar. Apesar disso, Brighter Days já estava pronto desde o ano passado. Durante entrevistas em tapetes vermelhos, Ariana confirmou que a versão deluxe trará faixas inéditas, incluindo uma composição que considera uma de suas mais especiais.

Entretanto, os fãs que aguardam novos projetos musicais devem conter as expectativas. “Fiz no ano passado e será lançado em algum momento”, declarou em janeiro. No entanto, Ariana reforçou que não tem planos imediatos para gravar novas músicas. “Não estou em estúdio agora”, esclareceu.

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A versão deluxe de ‘Eternal Sunshine’, de Ariana Grande

A cantora Ariana Grande revelou que lançará uma edição especial de seu álbum “Eternal Sunshine”, trazendo novidades para os fãs. A versão deluxe, intitulada “Brighter Days”, estará disponível nas plataformas digitais a partir do dia 28 de março de 2025, exatamente um ano após o lançamento original do disco.

A artista compartilhou um teaser intrigante em suas redes sociais, onde objetos são vistos pegando fogo, incluindo uma caixa idêntica à que aparece no videoclipe de “We Can’t Be Friends (Wait for Your Love)”, um dos grandes sucessos do álbum. Esse detalhe reforça a conexão entre os projetos e desperta a curiosidade do público sobre o conteúdo inédito que será apresentado.

O lançamento já vinha sendo especulado desde a participação de Ariana no Globo de Ouro 2025. Durante a premiação, onde foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu papel em “Wicked”, a cantora mencionou que uma continuação de “Eternal Sunshine” estava nos planos e seria divulgada em breve. “É algo que fiz no ano passado e que, em algum momento, vai ver a luz do dia”, afirmou em entrevista.

Em outubro de 2024, Ariana já havia surpreendido os fãs com uma segunda versão do álbum, trazendo faixas gravadas ao vivo. Agora, com “Brighter Days”, ela promete expandir ainda mais a experiência desse projeto, consolidando “Eternal Sunshine” como um dos mais marcantes de sua carreira.

Como o ‘Artpop’ mudou para sempre a carreira de Lady Gaga

Em recente entrevista à rádio Beats 1, Lady Gaga revisitou um dos momentos mais marcantes de sua trajetória no pop: o lançamento do álbum “ARTPOP”. O disco, lançado em 2013, desafiou as convenções musicais da época e se tornou um marco na carreira da cantora.

“Foi um álbum muito especial para mim. Fiz do meu jeito, escolhi os produtores que queria, assim como nos outros trabalhos. Sei que não é um álbum fácil de ouvir, porque a música mainstream era diferente naquela época. Foi algo fora da curva, uma forma de dizer: ‘Eu vou fazer o que quero e como quero’”, afirmou Gaga.

A artista destacou ainda que sua intenção sempre foi desafiar sua própria imagem, reinventando-se a cada fase. “O ‘ARTPOP’ é mais do que um conceito visual, é uma filosofia”, completou.

Enquanto o álbum se aproxima de seu décimo aniversário em 2025, ainda não há confirmações sobre possíveis ações comemorativas. No entanto, os fãs já têm um novo motivo para celebrar: na madrugada desta sexta-feira, Lady Gaga lança “MAYHEM”, seu aguardado sétimo álbum de estúdio. Além disso, a cantora promete uma apresentação inédita no Brasil. Em maio, ela sobe ao palco da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para um show gratuito, trazendo ao público um espetáculo baseado em sua nova fase musical.

O que Lady Gaga disse sobre ‘Zombie Boy’

Lady Gaga trouxe uma emocionante referência ao modelo canadense Rick Genest, conhecido como Zombie Boy, em seu novo álbum, “Mayhem”. O artista, que se tornou um ícone na era “Born This Way” ao estrelar o clipe da faixa-título, agora inspira uma das músicas do novo projeto da cantora.

Em entrevista à Rolling Stone, Gaga revelou que a faixa “Zombie Boy” nasceu de forma espontânea, mas inevitavelmente se tornou uma homenagem ao modelo. “Eu estava compondo uma música sobre aquele momento da noite em que você e seus amigos percebem que vão acordar destruídos no dia seguinte, porque estão se divertindo demais. A palavra ‘zumbi’ surgiu e imediatamente pensei nele [Rick]. Ele sempre foi uma pessoa inspiradora”, declarou a artista.

Rick Genest ganhou notoriedade mundial por sua aparência marcante, com o corpo completamente coberto por tatuagens que o faziam parecer um cadáver. Sua participação no videoclipe de “Born This Way” solidificou sua imagem na cultura pop. No entanto, sua trajetória foi interrompida em 2018, quando faleceu em um acidente doméstico em Montreal, Canadá. A investigação apontou um traumatismo craniano como causa da morte, com exames toxicológicos indicando altos níveis de álcool e vestígios de maconha em seu organismo.

O aguardado “Mayhem” marca um retorno às raízes pop e vibrantes da artista. Segundo Gaga, o disco conta com 16 faixas, incluindo duas bônus, e busca capturar a energia caótica e festiva que fez parte de sua ascensão. Entre as canções confirmadas estão “Die With a Smile”, “Disease” e “Abracadabra”.

O sucesso da música “Die With a Smile” garantiu um investimento massivo por parte da gravadora na promoção do álbum. Além disso, a ESPN escolheu “Garden of Eden”, outra faixa do projeto, como hino oficial da próxima temporada esportiva, ampliando ainda mais o alcance do trabalho de Gaga.

Economia cresceu 3,4% em 2024, mas desaceleração deste ano preocupa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comemoraram, nesta sexta-feira (7), nas redes sociais, o crescimento de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. Enquanto isso, entidades patronais enviaram nota demonstrando preocupação com a desaceleração da atividade econômica que já está contratada para 2025 e, provavelmente, para 2026.

“PIB crescendo é mais emprego e renda na mão dos brasileiros e das brasileiras. 2025 é o ano da colheita”, escreveu Lula em seu perfil do X, antigo Twitter. Na mesma rede, Alckmin festejou: “É o Pibão do presidente Lula! O Pibão da Nova Indústria Brasil!”, escreveu o ex-tucano, destacando a política voltada para a indústria nacional conduzida por ele frente ao Mdic e o avanço de 7,3% no investimento produtivo e garantiu que o país caminha para o crescimento sustentável.

A ministra do Planejamento, por sua vez, também festejou o resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas redes sociais, e destacou para o dado da renda per capita, que cresceu um pouco menos do que o PIB nacional, que somou R$ 11,7 trilhões. “Boa notícia! O PIB per capita do Brasil em 2024 foi de R$ 55.247,45. Cresceu 3% em termos reais. Isso equivale a R$ 4.604 por mês por habitante. Significa aumento da renda média do brasileiro. Agora é seguir avançando, combatendo a inflação para baratear o preço dos alimentos”, escreveu Tebet, no X.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi mais contido, cumpriu agenda da semana longe de Brasília e só se pronunciou sobre o PIB à noite. Em entrevista ao podcast Flow, único compromisso oficial ontem, ele afirmou que a pasta projeta crescimento de 2,5% neste ano, acima da última previsão oficial, de 2,3%.

Desaceleração

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) demonstrou preocupação com o processo de desaceleração do PIB no último trimestre do ano, que registrou variação de 0,2%, mas elogiou as medidas do governo para o setor produtivo. Para a instituição, esse resultado indica “um cenário de alerta para 2025” e ainda defendeu que o governo adote medidas para o equilíbrio econômico e que contribuam para a racionalidade dos gastos públicos. “Precisamos buscar o equilíbrio fiscal, com atenção às despesas, uma vez que a carga tributária já está no limite, principalmente para o setor industrial que é o mais sobrecarregado do país em relação a tributos”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban, na nota.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) engrossou o coro e defendeu a adoção de uma reforma fiscal robusta para uma alocação mais eficiente dos recursos públicos. “Este é o primeiro passo para a construção de um Estado eficiente, com infraestrutura de qualidade e um ambiente de negócios favorável. Caso contrário, voltaremos à combinação perversa de crescimento mediano, alta inflação e juros elevados”, afirmou o economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, no comunicado.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também demonstrou preocupação com o processo de desaceleração da atividade. Ele lembrou que, apesar das previsões modestas no começo do ano passado por analistas e agentes econômicos, o resultado do PIB de 2024 foi robusto, “confirmando o bom desempenho da atividade econômica”, os dados mais recentes da economia, incluindo os do PIB 4º trimestre de 2024, “já mostram sinais mais claros de acomodação da atividade econômica”.

“É importante não perdermos de vista que temos de persistir no recuo dos impulsos fiscais por conta da necessidade imperiosa de fortalecermos o equilíbrio das contas públicas, condição para o Brasil alcançar patamares de juros estruturalmente menores”, defendeu Sidney.

Crescimento

A atividade econômica brasileira desacelerou no último trimestre de 2024, o que resultou em crescimento de 0,2% — menos da metade do esperado pelo mercado. Com esse resultado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país encerrou o ano com crescimento de 3,4% na comparação com 2023. Em valores nominais, o PIB, que é a soma de tudo o que o país produz em bens e serviços, chegou a R$ 11,7 trilhões.

O dado também ficou levemente abaixo das estimativas do mercado e do governo, que chegou a cogitar alta de até 3,7%, mas indica o melhor desempenho das contas nacionais desde 2021, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (7). De acordo com os dados do IBGE, os principais motores para o desempenho do PIB no ano passado vieram, do lado da oferta, dos serviços e da indústria, que cresceram 3,7% e 3,3%, respectivamente, em relação a 2023.

Enquanto isso, a agropecuária, que deu uma forte contribuição no PIB de 2023, encolheu -3,2%. A arrecadação de impostos cresceu 5,5% e ajudou a ampliar o valor adicionado de riquezas do país ampliando a participação no PIB de 14,5%, em 2023, para 16%, em 2024.

Consumo

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foram os principais destaques, com expansão de 4,8% e de 7,3%, respectivamente, na mesma base de comparação. Analistas lembram que a taxa de investimento, de 17% do PIB, cresceu em relação aos 16,4% do PIB registrados em 2023. Contudo, esse patamar ainda está abaixo dos índices acima de 20% do PIB computados entre 2009 e 2013.

De acordo com analistas, o aumento da renda das famílias, devido à melhora no mercado de trabalho, e estímulos fiscais, como o Bolsa Família parrudo e o aumento real no salário mínimo, são algumas das razões para que o consumo das famílias apresentasse o maior crescimento desde 2011. Mas, a escalada dos juros e a persistência da inflação fizeram esse indicador recuar 1% no 4º trimestre, acentuando o processo de desaceleração que deverá se estender para 2025, ano em que o PIB poderá crescer menos de 2%, conforme algumas estimativas.

“A economia está desacelerando e não podemos descartar queda de PIB no segundo semestre deste ano”, alertou a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria. Ela esperava alta de 0,4% do PIB de outubro a dezembro. “Esse PIB mais fraco mostra que a desaceleração é maior do que o esperado por conta da queda da demanda. Isso indica que o consumo das famílias e os investimentos tendem a ser mais fracos ao longo deste ano, como reflexo da política monetária e do mercado mais tenso devido à percepção de risco maior no cenário externo”, explicou.

“Esse cenário apenas está chancelando o movimento de aumento da Selic que vem sendo conduzido pelo Banco Central”, acrescentou. O BC vem elevando a taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 13,25% ao ano e pode encerrar 2025 em 15%, segundo estimativas do mercado. A economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), lembrou que, apesar do crescimento considerado forte do PIB em 2024, acima do crescimento potencial, isso vem contribuindo para a desancoragem das expectativas de inflação, que não param de ser revisadas para cima e seguem acima do teto da meta, de 4,5%.

Matos também reconheceu que o aumento de 4,8% do consumo das famílias em 2024 superou as estimativas e agora, haverá um cabo de guerra entre a política monetária e a política fiscal, se o governo resolver manter estímulos para evitar a desaceleração que está em curso. “O custo para conseguir reduzir a inflação tende a ser maior e vai ser um problema ao longo deste ano e do próximo, que tem as eleições presidenciais”, alertou. Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, é categórico ao avaliar o desempenho do PIB de 2024 e avalia que a desaceleração de 2025 está convergindo para uma alta do PIB entre 1,5% e 2%.

Alex Sandro vê Flamengo como melhor escolha: ‘?? diferente’

Alex Sandro voltou ao Brasil no meio de 2024 após 13 anos na Europa. O lateral-esquerdo, de 34 anos, explicou a escolha em vestir a camisa do Flamengo. Ele destacou que chegar ao clube era uma possibilidade maior de títulos. Em seis meses, ele atingiu três títulos e já se sente adaptado ao estilo de jogo do futebol brasileiro.

“Viver Flamengo é algo diferente. Acho que você sente no dia a dia, não só com títulos. Quando vai na rua… Eu sabia que a torcida do Flamengo era gigantesca, mas agora tenho certeza. Onde eu vou só tem flamenguista. Chegar aqui e ganhar títulos, obviamente é sempre muito bom”, disse, em entrevista ao ‘Uol’.

“Eu sabia que vir para o Flamengo era uma possibilidade maior de ganhar títulos do que em outros clubes. E vir com essa mentalidade de um clube que sempre joga para ganhar e sempre que entra em qualquer campeonato é para ser campeão. Isso realmente foi o algo a mais ao vir para o Flamengo”, completou.

Afinal, Alex Sandro conquistou a Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e o título simbólico da Taça Guanabara. O jogador tem a chance de conquistar o Campeonato Carioca. Ele, aliás, está disponível para o jogo contra o Vasco, neste sábado (8), contra o Vasco, no Maracanã.

No Ninho do Urubu, o jogador mantém o sonho de voltar a defender a Seleção Brasileira, apesar de não ter feito parte do ciclo após a Copa de 2022. Ele estava na pré-lista de Dorival Júnior para a próxima Data Fifa, mas não foi chamada para os duelos com Colômbia e Argentina.

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Lady Gaga: ‘Meu maior medo? Ficar sozinha’

Ninguém gosta de ficar sozinho. E não há trabalho mais isolado do que ser uma estrela do pop.

Pergunte a Lady Gaga.

Sua conquista da fama, em 2009/2010, foi algo que nunca tínhamos visto antes. Uma das primeiras estrelas do pop a aproveitar o poder da internet, ela parecia viver em uma permanente enxurrada de fotos nos tabloides e menções nos blogs de fofocas.

Lady Gaga tinha um apetite voraz. Ela fez uso de tantos sons e visuais diferentes no curto espaço de três anos que levou um crítico a escrever que ela estava “vivendo toda a carreira de Madonna de forma acelerada”.

Enquanto sua fama crescia, as manchetes ficavam cada vez mais ensandecidas.

Ela praticou um ritual satânico em um hotel de Londres! Ela escondia que é hermafrodita!! Ela planejou serrar a própria perna “por prazer”!!!

Em 2010, ela compareceu à cerimônia de entrega dos MTV Awards com um vestido feito totalmente de carne. Mas ninguém pareceu entender a brincadeira: Gaga se apresentou na forma de comida para os tabloides —– ela estava ali para ser consumida.

No palco, ela era objeto de adoração pelos seus fãs, os “Monstrinhos”. Mas qualquer pessoa que não seja megalomaníaca sabe que este tipo de adulação é uma ilusão distante.

“Estou sozinha, Brandon. Todas as noites”, contou Gaga ao seu cabeleireiro, no documentário de 2017, Gaga: Five Foot Two. “Depois de todo mundo me tocando o dia inteiro, falando comigo o dia todo, saio para o silêncio total.”

Agora com 38 anos e em um relacionamento feliz com o empresário da tecnologia Michael Polansky, Lady Gaga reconhece que aqueles anos de solidão a assustaram.

“Acho que meu maior medo era fazer isso sozinha — fazer a vida sozinha”, contou ela à BBC. “E acho que o melhor presente foi conhecer meu parceiro, Michael, e ficar no caos com ele.”

Lady Gaga e Michael Polansky estão juntos desde 2020; na foto, em Veneza em 2014

O casal está junto desde 2020 e revelou o compromisso no Festival de Cinema de Veneza, na Itália, no último mês de setembro — quando Gaga usou seu milionário anel de noivado em público pela primeira vez.

Vista pessoalmente, a aliança é deslumbrante: um anel pavê com um enorme diamante oval aplicado sobre um conjunto de diamantes brancos, rosa e ouro de 18 quilates.

Mas, na outra mão, Gaga ostenta outro anel, menor e mais modesto, com algumas folhas de grama presas em resina. E este, sim, é o anel realmente especial.

“Na verdade, Michael me pediu em casamento com estas folhas de grama”, ela conta.

“Muito tempo atrás, nós estávamos no jardim e ele perguntou: ‘Se, algum dia, eu pedir você em casamento, como devo fazer?’ Eu respondi simplesmente: ‘Pegue apenas uma folha de grama do jardim e enrole no meu dedo, irá me fazer muito feliz.'”

Conceito de arte do novo disco de Lady Gaga tem roupas é uma montagem de fotos com roupas pretas

O gesto foi profundamente romântico, mas marcado pela tristeza. O jardim de Gaga em Malibu, no Estado americano da Califórnia, havia recebido o casamento de sua amiga próxima, Sonja Durham, que morreu de câncer pouco tempo depois, em 2017.

“Era tanta perda, mas aquele momento feliz estava acontecendo comigo”, relembra ela, sobre o pedido de Polansky. “Ficar noiva aos 38 anos… estava pensando no que foi preciso acontecer até chegar aquele momento.”

Estes sentimentos acabaram inspirando uma canção do seu novo álbum, Mayhem. Ela se chama – é claro – Blade of Grass (“Folha de grama”, em inglês). Nela, a estrela conta a história de um “beijo de amor em um jardim feito de espinhos” e a promessa de amor em um tempo sombrio.

Gaga chama a canção de “agradecimento” ao seu parceiro. E os fãs talvez tenham também uma razão para agradecer a ele.

Mayhem marca o retorno de Gaga ao pop, a todo vapor, depois de passar um período preocupada com sua carreira cinematográfica e álbuns secundários, explorando o jazz e clássicos norte-americanos.

Em entrevista à revista Vogue no ano passado, a cantora revelou que seu noivo foi o responsável por impulsioná-la nesta direção. “Ele disse, ‘querida, eu te amo. Você precisa fazer música pop.'”, ela conta.

“Na turnê Chromatica, vi nela uma chama”, destacou Polansky. “Eu queria ajudá-la a manter essa chama viva todo o tempo e simplesmente começar a fazer músicas que a deixassem feliz.”

A estrela vivia assediada por paparazzi no início da carreira

‘Canção mais revoltada’

Com esta abordagem, o álbum volta ao surpreendente som dos primeiros sucessos de Gaga, como Poker Face, Just Dance e Born This Way.

No último single, Abracadabra, ela chega a revisitar os sons quase incompreensíveis da música Bad Romance (2009). Mas, desta vez, há uma referência à morte — ela canta “morta-ooh-Gaga”, em vez do “roma-ma-ma” da canção original.

Na arte do álbum, seu rosto é refletido em um espelho quebrado. Nos vídeos, ela enfrenta versões anteriores de si própria.

Existe a sensação esmagadora de que Stefani Germanotta, a artista por trás de Lady Gaga, está examinando a personalidade que ela criou para si própria no palco.

Tudo isso vem à mente com uma faixa chamada Perfect Celebrity. A letra diz: “Eu me tornei um ser famoso” — um verso que extrai toda a sua humanidade, como o vestido de carne de 2010.

A cantora surpreendeu os fãs na França com prévias de sua nova música no verão passado

“Provavelmente, esta é a canção mais revoltada que já escrevi sobre a fama”, afirma ela.

“Eu havia criado esta pessoa pública, na qual eu estava me transformando de todas as formas — e mantendo a dualidade de que era realmente um desafio saber onde eu começo e Lady Gaga termina. Isso meio que me derrubou.”

Mas como ela conseguiu reconciliar o lado público e privado da sua vida?

“Acho que o que realmente percebi é que é mais saudável não ter uma linha divisória e integrar as duas coisas em um único ser humano”, ela conta. “O mais saudável para mim foi saber que sou uma artista e que viver uma vida artística foi minha escolha.”

“Adoro compor músicas. Adoro fazer música, os ensaios, a coreografia, a produção no palco, as roupas, a iluminação e a montagem de um show.”

“É isso que significa ser Lady Gaga. É a artista por trás de tudo”, explica ela.

A nova música de Gaga é um retorno ao Europop maximalista e agitado de seus primeiros dias

Em entrevistas anteriores, a artista contou como se dissociava de Lady Gaga. Ela acreditou, por algum tempo, que a personagem era responsável por todo o seu sucesso e que ela não havia contribuído com nada.

Mayhem marca o momento em que Germanotta reivindica a propriedade da sua música, não só de “Lady Gaga”, mas de outros produtores e compositores em órbita dela.

“Quando eu era mais jovem, as pessoas tentavam receber o crédito pelo meu som ou pela minha imagem, [mas] todas as minhas referências, toda a minha imaginação sobre o que poderia ser a música pop, vieram de mim”, relembra Gaga.

“Por isso, eu realmente quis revisitar minhas primeiras inspirações, minha carreira e tomar posse dela como minha invenção, de uma vez por todas.”

Desde o começo, ficou óbvio que Lady Gaga estava animada com esta nova fase.

Depois de se apresentar na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ela saiu para as ruas da capital francesa, tocando versões iniciais de demonstração da sua nova música para os fãs que se reuniram no lado de fora do seu hotel.

Foi uma decisão tomada de impulso naquele momento, mas serviu para marcar mais uma tentativa de restaurar a espontaneidade do seu início de carreira.

“Eu fiz isso por quase 20 anos, eu tocava minhas músicas para os fãs muito antes que elas saíssem”, ela conta. “Depois dos meus shows, eu costumava convidar meus fãs para os camarins, nós nos reuníamos e eu tocava gravações de demonstração para eles, para ver o que eles achavam das músicas.”

“Você com certeza pode imaginar que, depois de 20 anos, você não espera que as pessoas ainda apareçam para ouvir suas músicas e fiquem animadas por verem você. Por isso, eu apenas quis compartilhar aquilo com eles, porque eu estava animada por eles estarem ali.”

Para mim, como entrevistador, este também é um momento de fechamento de ciclo. Eu havia entrevistado Lady Gaga pela última vez em 2009, quando Just Dance chegou ao primeiro lugar nas paradas no Reino Unido.

Na época, ela estava eufórica. Gaga conversou entusiasmada sobre sua paixão por John Lennon. Ela se declarou “viciada” em chá inglês e prometeu me mandar por email uma versão em MP3 de Blueberry Kisses, uma música não lançada que conta, de forma brilhante, como é fazer sexo com hálito cheirando a café aromatizado com mirtilo.

Ao longo dos anos, tenho visto suas entrevistas se tornarem mais reservadas. Ela veste roupas exorbitantes ou usa óculos de sol pretos, colocando deliberadamente uma barreira entre ela e os jornalistas.

Mas a Lady Gaga que encontrei em Nova York, nos Estados Unidos, é a mesma com quem conversei 16 anos atrás — confortável consigo mesma e transbordando de entusiasmo. Ela afirma que esta naturalidade veio porque ela “cresceu e vive uma vida plena”.

“Estar presente para os meus amigos, para minha família, conhecer meu incrível noivo — tudo isso me fez uma pessoa completa e o mais importante não é minha personalidade no palco.”

Com ar definitivo, ela destaca: “Eu queria que Mayhem tivesse um final. Queria que o caos desaparecesse.”

“Eu me afastei do ícone. O álbum termina com amor.”